domingo, 29 de março de 2009

OSVALDO LAMARTINE DE FARIA: 02 ANOS DE ETERNAS SAUDADES.

Nesta coletânea de artigos e depoimentos sobre “Memórias dos Sertões do Seridó” nada é mais justo do que iniciar descrevendo sobre a figura de Oswaldo Lamartine de Faria, o último “Príncipe do Reinado do Sertão de Nunca – Mais” (Vicente Serejo).
Inicio evocando sua memória, pois ele foi e sempre será o mais amante deste sertão, e nele tive a honra de conhecê-lo, e tornarmo-nos amigos, colegas, confrade e acima de tudo, de poder ser um dos milhares de seus admiradores.
Conheci Oswaldo (1919-2007), numa belíssima manhã, no salão nobre do Instituto Histórico e Geográfico do Estado (IGH/RN), em Natal, lembro-me como se fosse hoje, quando eu juntamente com o saudoso colega e padrinho Olavo de Medeiros Filho(1934-2005), carinhosamente conhecido por todos nós como “Olavinho”, estávamos em uma reunião conversando, acertando e tratando assuntos sobre o meu ingresso naquela “Casa de Memória”. De repente ali naquela porta principal aparece a figura, não de um homem simples que o era, mais sim, apareceu na verdade a figura do “Príncipe destes Sertões do Seridó”, o maior de todos, o contador de histórias, o pesquisador, o escritor, o memorista, o etnógrafo, o Doutor Honoris Causa, de voz calma, de um estilo a seu gosto, tímido, encabulado, amigo e primo do nosso também saudoso Ramiro Monteiro Dantas (1912-1997),a ele todas as nossas dúvidas eram dirimidas pelo grande mestre. Fiquei também muitas vezes como portador seu, de levar daqui do Seridó, as nossas notícias. Foi quando o Deputado Estadual e Médico Dr. Vivaldo Costa o nosso “Papa Jerimum”, pediu-me que intermediasse junto a Dona Nazinha uma visita a Oswaldo. Tudo marcado e acertado, ali houve o encontro do Príncipe e do Papa Jerimum dos Sertões do Seridó. Ambos trocaram idéias, conversaram e Oswaldo tinha uma cordialidade muito especial para os que lhe faziam visitas, era de praxe a cada um dar de presente um exemplar do seu último e lançado livro “O Sertão do Nunca Mais”, de co-autoria com Vicente Serejo. Todos os livros eram corrigidos ao seu rigor e autografados. No final do grande encontro, o Papa Jerimum insistiu em tirar uma fotografia com o grande sábio o que não era muito do estilo do mesmo, mas o Príncipe terminou aceitando as nossas insistências.
Portanto foi justamente a dois anos passados, no dia 28 de março de 2007, que surgiu aquela triste e trágica notícia que por volta das 20 horas da noite do mesmo dia, no mesmo apartamento em que morava no 12º andar do Potengi Flat, Oswaldo, fez com que a “Moça Caetana” como chamava, chegasse num estampido rápido e certeiro, instalando-se direto no coração de um dos maiores estudiosos e etnógrafos do sertão nordestino e em especial do Seridó.
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TEXTO:
Arysson Soares da Silva
Membro do IHG/RN
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