Rio de Janeiro/RJ - O Banco Central (BC) pretende disponibilizar este ano material educativo na internet para que a população aprenda a identificar cédulas falsas. Segundo o chefe do Departamento do Meio Circulante do BC, João Sidney de Figueiredo Filho, será “uma auto-instrução”, mas ainda não foi fixada a data para implementação da medida.
João Sidney disse que a falsificação de dinheiro tem caído no Brasil. No ano passado, foram apreendidas 560 mil cédulas falsas e, no ano anterior, 670 mil. Para ele, o número não é significativo em relação aos 4 bilhões de cédulas em circulação no país. "As falsificações, em geral, são tão grosseiras que, se a pessoa tivesse o cuidado de pelo menos verificar a marca d’água, o relevo ou o tipo de papel, evitaria recebê-las.”
Cerca de 90% das notas falsas são de R$ 10, R$ 50 e R$ 100, mas a “campeã” é a de R$ 50, informou João Sidney. O maior volume de fraudes é registrado na cidade de São Paulo, que tem o maior contingente populacional no país e, conseqüentemente, a maior circulação de dinheiro. O estado onde menos ocorrem falsificações é o Acre, pelo motivo oposto – população menor e menos dinheiro em circulação.
O Banco Central realiza anualmente uma campanha para ensinar a população a reconhecer cédulas fraudadas. Cartazes e folhetos são distribuídos com o objetivo de auxiliar na identificação de cédulas falsas. O BC dá também treinamento em empresas sobre o assunto.
João Sidney disse que o Banco Central não tem previsão de fabricar novas famílias de cédulas ou moedas para acrescentar elementos de segurança.
Sobre a falta de troco no comércio, com o sumiço de moedas, principalmente as de R$ 0,01, ele ressaltou que, desde o lançamento do real, em 1994, estão em circulação 3,2 bilhões de moedas de desse valor. “Observamos que as pessoas realmente desprezam o centavo.” Por isso, o BC tem buscado estimular a retirada dessas moedinhas que estão perdidas, disse ele. "Onde estão 3,2 bilhões de moedas? Isso corresponde a 20% de todas as moedas em circulação”, questionou João Sidney, informando que circulam atualmente no país 14 bilhões de moedas.
João Sidney disse, porém, que, quando a pessoa insiste, a moeda de R$ 0,01 aparece. “É difícil compreender que haja falta de troco”, afirmou. Segundo ele, o custo de uma dessas moedas hoje varia entre R$ 0,12 e R$ 0,13.
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