terça-feira, 3 de março de 2009

BALAS NO PARAÍSO

Carnaúba dos Dantas/RN - Transcrevo abaixo, matéria postada pelo jornalista potiguar Leonardo Sodré, em seu blog, onde o mesmo mostra a insegurança, o despreparo da própria população para enfrentar a bandidagem e o sucateamento das forças policiais de um pobre estado nordestino que tem a pretensão de sediar uma etapa da Copa do Mundo de 2014:
O Estado do Rio Grande do Norte.
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A violência em todo o Rio Grande do Norte continua crescendo numa proporção muito maior do que as ações para coibi-la. Ante-ontem, 01, um turista sueco foi assassinado dentro do chalé que alugou em uma pousada na paradisíaca praia de Pipa, distante 70 quilômetros da capital e considerada como o maior centro arrecadador de divisas, com um “apurado” anual de cerca de R$ 60 milhões.
O crime e a repercussão da falta de segurança no Rio Grande do Norte foi noticiado em todo o mundo, principalmente na Europa, de onde vêm a maior parte dos turistas estrangeiros em busca de nossas praias e de prazeres sexuais, tão difundidos naquele continente durante décadas. O turismo sexual.
A violência parte de três vetores, principalmente a impunidade, o tráfico de drogas e a falta de uma educação que reverbere os valores humanos. E ela não é mais bem combatida por falta de criatividade, treinamento, compromisso com a investigação e comando. O último, o menos culpado, porque depende da vontade dos políticos que governam nos três níveis: federal, estadual e municipal.
Falta, também, nesses tempos perigosos, esclarecimentos a população e também aos comerciantes para regras de segurança que todos devem tomar. A pousada onde estava hospedada a vítima, um homem de 59 anos é de acordo com testemunho de um amigo que esteve por lá no final de semana do carnaval, completamente aberta e sem segurança. Ele me disse ter estranhado isso, que foi uma porta aberta para o criminoso, que trocou a vida do sueco por um “laptop” usado.
A Polícia, por sua vez, funciona como há quarenta anos, com pouquíssimas evoluções em muitas áreas. Dificilmente, por exemplo, um cidadão vê um carro de ronda policial em perfeitas condições de uso. A maioria está visivelmente sucateada e funcionando na base de gambiaras. Diferentemente de outros países, onde carros policiais são entregues pelas fábricas com vários requisitos para torná-lo mais resistente, os daqui entregues iguais ao que qualquer cidadão comum compra numa loja. Carro de polícia precisa de pneus especiais com perfil mais alto, suspensão especial e motor potente. Esse é apenas um exemplo, enquanto auguramos a indicação para sermos subsede da Copa do Mundo de 2014 oferecendo para os visitantes a incerteza de voltarem para casa vivos.
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