terça-feira, 18 de agosto de 2009

PATRIMÔNIO DA CULTURA POPULAR JARDINENSE: ARTESÃO E SANFONEIRO CHICO DE MANOEL DE RITA

Jardim do Seridó/RN - Francisco das Chagas Azevedo, “Chico de Manoel de Rita”, como é mais conhecido, nasceu em Jardim do Seridó à 31 de agosto do ano de 1962.
Filho do marceneiro Manoel de Azevedo e da dona de casa Severina Maria de Azevedo, Chico de Manuel de Rita começou a trabalhar cedo, aos 14 anos passou a ajudar seu pai na marcenaria, construindo peças como gaiolas e tamboretes, mas logo se apaixonou pelo artesanato.
Em 1976, observando o mestre artesão Júlio Cassiano confeccionar as suas esculturas em madeira, Chico começa a se interessar pela arte. E foi assim, observando Júlio Cassiano produzir esculturas, que ele aprendeu a construir as suas próprias peças. Sua primeira escultura, construída no mesmo ano de 1976, retratou os “Negros do Rosário”, tal escultura em madeira foi doada pelo mesmo para a congregação homenageada, a qual ainda existe e está exposta na Casa do Rosário, sede da referida irmandade.
De lá para cá, Chico de Manoel de Rita já confeccionou diversas esculturas em madeira, das quais podemos citar: Ex votos, negros do rosário, trios de forró, trabalhador vendendo botijões de gás em moto, soldados da PM, mulher moendo milho, moinho de madeira, jumento carregado com uma carga d’água sendo tangido por um menino, gari com carroça de lixo, queijeiro trabalhando numa prensa e euplas de violeiros repentistas.
Além de comercializadas com os habitantes de Jardim do Seridó e cidades circunvizinhas, Chico de Manoel de Rita já vendeu/vende suas esculturas para o Centro de Turismo/Natal/RN, Museu de Cultura Popular/Natal, Forró da Lua/São José de Mipibú e Fortaleza (Luizinho Calixto). Exímio artesão, Chico de Manoel de Rita também é conhecido como tradicional sanfoneiro na região do Seridó. Inspirado no toque da sanfona de fole de “Baloto” (conhecido sanfoneiro de Jardim do Seridó), Chico de Manoel de Rita se apaixonou pelo som do instrumento que caracteriza a música de raiz nordestina (forró original). Criança, Chico brincava construindo sanfonas de papelão para brincar de sanfoneiro.
Incentivado pelo seu tio Sebastião, que convenceu Seu Manoel (pai de Chico) a deixá-lo comprar aquele sonhado instrumento, no ano de 1977, Chico de Manoel de Rita compra a sua primeira sanfona.
A partir daí, o jovem sanfoneiro após passar pelo período de aprendizagem musical e da técnica de seu novo instrumento começa a fazer apresentações em eventos como festas de aniversário, casamentos e festas juninas animando inclusive quadrilhas.
Em 1994, forma o seu primeiro trio de forró de pé de serra que foi denominado de “Mel com Fuba”, porém por motivos particulares, essa formação foi desfeita em 1996, após apenas 2 anos de existência.
No ano de 1998 Chico de Manoel de Rita criou o grupo de forró de pé de serra “Chico de Manoel de Rita e os Teimosos do Forró” formação essa que até os dias atuais, anima as festividades da região do Seridó e algumas cidades do vizinho estado da Paraíba com o autêntico forró nordestino e com o seu inconfundível toque da sanfona.
O nome “Teimosos do Forró” se deve ao fato de Seu Chico sempre passar por muitas dificuldades no que se refere a sua atuação na área musical, principalmente no que diz respeito a questões financeiras, por isso, ao se considerar “teimoso” (insistente) e não desistir nunca de seu ofício de sanfoneiro, Chico decidiu expressar sua força de vontade denominando o seu grupo de forró pé de serra de “Chico de Manoel de Rita e os Teimosos do Forró".
Durante a sua vida de sanfoneiro Chico de Manoel de Rita já se apresentou em diversas cidades do RN e do vizinho estado da Paraíba, das quais podemos citar: Rio Grande do Norte: Jardim do Seridó, São José do Seridó, Cruzeta, Acari, Carnaúba dos Dantas, Caicó, Ouro Branco, Parelhas, Santana do Seridó e Natal. Paraíba: Tenório e Patos.
Nos dias 24 e 25 de junho do ano de 2005, “Chico de Manoel de Rita e os Teimosos do Forró” se apresentaram para a governadora do Estado do Rio Grande do Norte Vilma de Faria na “Granja Potiguar” e na “Granja Boa Vista” respectivamente.
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Essa é uma homenagem da Casa de Cultura de Jardim do Seridó ao artesão e sanfoneiro Chico de Manoel de Rita.
Texto: "Junhão"
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Um comentário:

Carlos Fernandes disse...

Excelente artigo. Parabéns ao seu criador em homenagear este expoente da cultura popular jardinense. Um povo sem cultura é um povo com história capenga, sem referência no tempo e no espaço. Parabéns a Manoel de Rita que com sua simpliidade, mas com sua brilhante arte, tem elevado o nome da nossa terra com o dom que Deus lhe deu!