sábado, 17 de outubro de 2009

OPOSIÇÃO LUTA PELA CRIAÇÃO DA CPI QUE INVESTIGARÁ O MST

Brasília/DF - Diante da ameaça do DEM de obstruir as votações no Senado, o presidente da Casa, José Sarney (PMDB-AP), cedeu à pressão e marcou para a próxima quarta-feira, às 10h, sessão do Congresso Nacional, na qual deverá ser lido o requerimento de criação da CPI do MST. Para dificultar uma nova ação do governo para tentar enterrar mais uma vez a investigação – a exemplo do que foi feito no início do mês, quando 42 deputados retiraram seu apoio ao pedido de criação de uma CPI semelhante -, a oposição só pretende protocolar o pedido terça-feira, véspera da sessão, assegurando tempo apenas para a conferências das assinaturas.
- Desta vez, vamos preservar ao máximo os parlamentares que assinaram o requerimento, para que eles fiquem o mínimo possível sujeitos às pressões do Planalto para que retirem o apoio. Desta vez, será muito difícil que o governo consiga impedir a criação da CPI. Até porque a adesão da maioria foi voluntária e o desgaste foi grande para os que tiraram a assinatura do outro requerimento – disse o deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS).
A oposição garante ter uma margem de gordura para queimar, caso o governo tente convencer integrantes da base governista a recuarem em seu apoio à CPI. Até ontem à tarde, 190 deputados e 34 senadores haviam assinado o documento. O número de apoios exigidos na Câmara é de 171 e no Senado, de 27. Após a leitura do requerimento, os parlamentares terão até a meia-noite para avaliar se mantém sua posição. Após a publicação do pedido de criação da CPI, não restará outra alternativa ao partidos da base, a não ser indicar seus representantes para integrá-la.
Sarney foi convencido a marcar logo a sessão do Congresso Nacional, após uma conversa com o líder do DEM, senador José Agripino (RN). O presidente do Senado, até então, vinha argumentando que só marcaria a reunião se houvesse uma pauta que a justificasse.
O DEM aposta que a CPI deverá estar instalada antes do fim de outubro e adianta que deverá reivindicar um dos cargos de comando da comissão: a presidência ou relatoria. Entre as prioridades da investigação, o partido aponta o financiamento público e internacional do MST.
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